domingo, 23 de março de 2014

Os Espíritos influem em nossos pensamentos e em nossos atos?


Livro II – Capítulo IX
Intervenção dos Espíritos no Mundo Corporal

Influência Oculta dos Espíritos em Nossos Pensamentos e Atos
Perguntas 459 a 472

459 – Os Espíritos influem em nossos pensamentos e em nossos atos?

-- Muito mais do que imaginais, pois, frequentemente, são eles que vos dirigem.

460 – Além dos pensamentos que nos são próprios, haverá outros que nos são sugeridos?

-- Vossa alma é um Espírito que pensa. Não ignorais que muitos pensamentos vos ocorrem ao mesmo tempo sobre o mesmo assunto e, frequentemente, bastante contraditórios. Pois bem! Neles há sempre um pouco de vós e um pouco de nós, e é isso que vos deixa na incerteza, porque tendes em vós duas idéias que se combatem.

461 – Como distinguir os pensamentos que nos são próprios dos que nos são sugeridos?

-- Quando um pensamento vos é sugerido, é como uma voz que vos fala. Geralmente, os pensamentos próprios são os que vos ocorrem em primeiro lugar. Aliás, não vos é de grande interesse estabelecer essa distinção, e muitas vezes é útil não sabê-la: o homem age mais livremente. Se decidir pelo bem, ele o fará com maior boa vontade; se tomar o mau caminho, maior será a sua responsabilidade.

462 – Os homens inteligentes e de gênio sempre tiram suas idéias de dentro de si mesmos?


-- Algumas vezes elas lhes vêm do seu próprio Espírito, mas muitas vezes lhes são sugeridas por outros Espíritos que os julgam capazes de compreendê-las e dignos de transmiti-las. Quando os homens não as encontram em si mesmos, apelam para a inspiração. Sem que suspeitem, fazem verdadeira evocação.

Nota:
Se nos fosse útil poder distinguir claramente os nossos pensamentos próprios dos que nos são sugeridos, Deus nos teria dado os meios de consegui-lo, como nos deu o de distinguir o dia da noite. Quando uma coisa permanece vaga, é que assim deve ser para o nosso bem.
 
463 – Diz-se algumas vezes que o primeiro impulso é sempre bom. Isto é exato?

-- Pode ser bom ou mau, conforme a natureza do Espírito encarnado. É sempre bom naquele que ouve as boas inspirações.

464 – Como distinguir se um pensamento sugerido procede de um bom ou de um mau Espírito?

-- Estudai o caso. Os Espíritos bons só aconselham o bem. Cabe a vós distinguir.

465 – Com que objetivo os Espíritos imperfeitos nos induzem ao mal?

-- Para vos fazer sofrer, como eles.

465-a – Isso diminui seus sofrimentos?

-- Não. Fazem-no por inveja, ao verem seres mais felizes.

465-b – Qual a natureza do sofrimento que querem que os outros experimentem?

-- Os que resultam dos seres de ordem inferior, afastados de Deus.

466 – Por que Deus permite que Espíritos nos incitem ao mal?

-- Os Espíritos imperfeitos são instrumentos destinados a pôr em prova a fé e a constância dos homens no bem. Tu, sendo Espírito, deves progredir na ciência do infinito, e por isso passas pelas provas do mal, para chegares ao bem. Nossa missão é colocar-te no bom caminho, e quando más influências agem sobre ti, é que as atrais pelo desejo do mal, pois os Espíritos inferiores vêm auxiliar-te no mal, quando tens vontade de praticá-lo. Eles não podem ajudar-te no mal senão quando queiras o mal. Pois bem! Se és inclinado ao assassínio, terás uma multidão de Espíritos que alimentarão em ti essa idéia. Mas também terás outros que se empenharão em influenciar-te para o bem, o que restabelece o equilíbrio da balança e te deixa senhor dos teus atos.

Nota:
É assim que Deus deixa à nossa consciência a escolha do caminho que devemos seguir e a liberdade de ceder a uma ou outra das influências contrárias que se exercem sobre nós.
 
467 – Pode o homem libertar-se da influência dos Espíritos que o impelem ao mal?

-- Sim, visto que tais Espíritos só se apegam aos que os chamam por seus desejos ou os atraem por seus pensamentos.

468 – Os Espíritos cuja influência é repelida pela vontade do homem renunciam às suas tentativas?

-- Que queria que fizessem? Quando não há nada a fazer, eles cedem o lugar. Entretanto, espreitam o momento favorável, como o gato espreita o rato.

469 – Por que meios podemos neutralizar a influência dos maus Espíritos?

-- Praticando o bem e pondo toda a vossa confiança em Deus, repelireis a influência dos Espíritos inferiores e destruireis o império que queiram ter sobre vós. Evitai escutar as sugestões dos Espíritos que vos suscitam maus pensamentos, que sopram a discórdia entre vós e excitam todas as paixões más. Desconfiai sobretudo dos que exaltam o vosso orgulho, porque eles vos atacam na vossa fraqueza. Essa a razão por que Jesus vos ensinou a dizer, na Oração Dominical: “Senhor, não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal


470 – Os Espíritos que procuram induzir-nos ao mal e que põem assim em prova a nossa firmeza no bem, receberam missão de fazê-lo? E se é uma missão que cumprem, terão alguma responsabilidade nisso?

-- Nenhum Espírito recebe a missão de fazer o mal. Quando o faz, é por sua própria vontade e, por conseguinte, sofre as conseqüências. Deus pode permitir que ele o faça para vos provar, mas não o ordena, cabendo a vós repeli-lo.

471 – Quando experimentamos uma sensação de angústia, de ansiedade indefinível ou satisfação interior sem causa conhecida, isso se deve unicamente a uma disposição física?

-- É quase sempre efeito das comunicações que, inconscientemente, tendes com os Espíritos, ou que tivestes com eles durante o sono.

472 – Os Espíritos que nos querem induzir ao mal se limitam a aproveitar as circunstâncias em que nos encontramos, ou podem criar essas circunstâncias?

-- Aproveitam a circunstância, mas, muitas vezes, a provocam, impelindo-vos, sem que o saibais, para o objeto da vossa cobiça. Assim, por exemplo, um homem encontra em seu caminho certa quantia de dinheiro: não penses que foram os Espíritos que a trouxeram para ali. Contudo, eles podem inspirar ao homem a idéia de tomar aquela direção e sugerir-lhe, depois, a de apoderar-se do dinheiro, enquanto outros lhe sugerem o pensamento de devolver o dinheiro ao dono. Dá-se o mesmo com todas as outras tentações.

 

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