segunda-feira, 15 de outubro de 2012

João Prado - O Poeta do Otimismo


3º SEMANA PROGRAMAÇÃO ESPECIAL

15 ANOS LAR ALVORADA NOVA
DIA 18/10 ÀS 19:30

O homem, o poeta

João Prado
Falar de João Prado não é tarefa das mais fáceis. Como falar de uma pessoa  que consegue com seus versos simples, sua figura tímida, sua fala vibrante de emoção transformar a todos que o vêem e ouvem? Para não sermos traídos pelo sentimento que nos envolve ao lidar com ele, vamos seguir o caminho da descrição (se é que se pode descrever alguém que é a própria essência da poesia.

          João Correia do Prado nasceu no Rio de Janeiro, em 27 de março de 1942 e sua relação com a poesia começa ainda na infância através dos versinhos escritos pelo pai para que o pequeno “Joãozinho” declamasse em reuniões familiares.

          Eram outros tempos; a leitura fazia parte do dia a dia dos jovens e era comum que poesias fossem dedicadas como presente a pessoas estimadas. É nesse contexto que João Prado, já um declamador por excelência, começa a escrever seus próprios versos. É importante dizer que este é o ponto mais impressionante da obra de João Prado: A PERFORMANCE.

          O próprio poeta nos esclarece que quando começou a escrever, produzia apenas poemas amargos, pessimistas. Esse pessimismo tinha raízes em sua própria vida; o ressentimento por morar na Baixada Fluminense, a vergonha de ser pobre e de seu cabelo crespo eram expressos em forma de versos por demais carregados de tristeza. Isto gerava uma situação paradoxal: Prado declamava poesias muito alegres de diversos autores mas os seus próprios textos eram amargos. 

          Foi aí que o mundo conspirou em favor de João... 

          Os convites para declamação aqui e ali levaram a uma valorização por parte das pessoas, valorização essa que começa a influenciar muito positivamente o íntimo de João - “e de alguém pessimista eu passei a ser um cara muito otimista”, ele diz com um sorriso. E nada mais natural que essa mudança íntima se refletisse em sua poesia. 

          O técnico em contabilidade, morador de Mesquita, na Baixada Fluminense, esconde uma figura humana singular. Um homem simples e tímido que tem a alma de um menino e um otimismo típico das pessoas que sabem fazer da vida algo mais do que aquilo que o mundo mostra. 

    A timidez que lhe é própria desaparece quando João Prado sobe em um palco, mesmo que seja apenas um plano baixo separado para a apresentação, e brinda o público com sua poesia e com sua pessoa.

          Atualmente a  obra de João Prado encontra-se difundida em quatro livros: Pedaços de Sonho (1985), Garimpo (1989), Janela de Sol (1996) e Contemplando Estrelas (2009). Em 2005 lançou  o CD João Prado - Todo prosa... em verso (2005) além de dezenas de poemas publicados em jornais, revistas (nunca publicadas em livro), coletâneas organizadas por associações literárias, entre os quais os “Cadernos de Poesia Oficina”, sem contar aquelas que nunca foram publicadas em qualquer lugar e as contidas em Castelo de Ilusões, seu primeiro livro, que nunca publicou por considerá-lo muito amargo.

          Em 2006 a Prefeitura Municipal de Mesquita (PMM) homenageou João Prado com a inauguração da Sala de Leitura Poeta João Prado. 

          Sua poesia é vibrante, visivelmente influenciada por Castro Alves, entretanto as características tão peculiares à sua maneira de escrever levam-nos a arriscar a idéia de que tem ele uma poética própria, uma Poética Pradiana.

          É membro de diversas associações literárias, dentre as quais podemos destacar Academia Internacional de Letras, Salão de Poesia Júlia Galeno, Academia de Letras de Paulo de Frontin, Federação das Academias de Letras do Brasil e Academia de Letras e Artes de Mesquita tendo sido durante muitos anos o declamador oficial da APPERJ (Associação dos Poetas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro). 

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